Além do marxismo e do liberalismo: por uma escola de economia quântica heterodoxa
Além do marxismo e do liberalismo: por uma escola de economia quântica heterodoxa
Argumentaremos que é principalmente a escola liberal francesa prevista por De Boisguilbert, o marxismo, o anarquismo e a escola austríaca de economia que constituem as ferramentas mais preciosas para a compreensão da revolução financeira que está prestes a ocorrer à luz do que iremos chamamos de heterodoxia quântica.
Propomos uma nova escola de economia que chamaremos de heterodoxia quântica, que pensa o que os teólogos outrora chamaram de oikonomia, numa oposição não contraditória, na linha do pensamento complexo caro a Edgard Morin [ 3 ], entre o marxismo e o liberalismo.
Para alcançar esta ambição, inspiramo-nos num grande número de economistas. Primeiro, retomaremos as análises da escola liberal francesa, principalmente do infelizmente esquecido economista Pierre De Boisguilbert, que alimentou muitos teóricos do mercado livre, como Adam Smith, cujo trabalho estava na sua biblioteca.
De Boisguilbert defendeu um “imposto fixo” que deveria ser aplicado a 17% no âmbito do GESARA NESARA, devolvendo a este precursor toda a sua actualidade de fisiocrata brilhante.
Em segundo e terceiro lugar, contaremos com os teólogos da escola de Salamanca que alimentaram os pensadores austríacos, começando, claro, por Ludwig Von Mises e Carl Menger, aos quais pertencemos. Marx, que constituirá a nossa quarta grelha de leitura, saudou o trabalho do francês Pierre De Boisguilbert, ao defender salutarmente a classe trabalhadora contra “as classes ociosas” (dixit).
O marxismo permite, de facto, segundo nós, explicar, mesmo que apenas parcialmente, ao mesmo tempo, as transições do feudalismo para o capitalismo, como iremos, sem dúvida, vê-lo inversamente e a configuração social, bem como a lógica das classes, que estruturam qualquer forma de mercado, análogo de toda sociedade.
Eventualmente, destacamos que o sistema financeiro quântico pode atualizar parcialmente uma série de ideais anarquistas, entre outros, Kropotkine que desenvolveu um pensamento original. No final do século XIX, o “darwinismo social” tenta de facto aplicar o mecanismo darwiniano da selecção natural no campo social.
A competição pela existência e a sobrevivência do mais apto são consideradas os princípios da evolução. Kropotkin combate este discurso, entrando no próprio terreno do darwinismo para mostrar que a ajuda mútua é um factor de evolução tão ou mais importante que a competição. O conceito é muito importante na teoria anarquista.
A ajuda mútua é também um termo de economia política, que designa o conceito económico de troca recíproca e voluntária de recursos e serviços em benefício de todos.