Quanto dinheiro existe no mundo?

 



Quanto dinheiro existe no mundo?

O país com mais dinheiro em circulação é a China, seguido pelos EUA. O Brasil ocupa a 22ª posição, próximo tanto de alguns de seus pares na economia global (Rússia e México) como de nações com PIB bem menor, mas com alto padrão de vida (Suíça e Holanda).

Em dólar, são US$ 118,2 trilhões. Essa é a quantidade de dinheiro na forma de cédulas e depósitos em conta corrente, mais o dinheiro em investimentos simples de resgatar — contas remuneradas, poupanças, CDBs… Trata-se de investimentos que os economistas chamam de “agregado investimentos M2”.

M1 é o dinheiro de papel mais o das contas correntes. No M2, ambos os M1 são mais os investimentos de alta liquidez. No M3, grosso modo, tudo isso é mais investimentos de longo prazo. No M4, vão o M1, o M2 e o M3 acrescentando da grana estocada na forma de títulos públicos.

O M2, de qualquer forma, é o parâmetro mais usado para definir quanto dinheiro existe em circulação. E ele muda o tempo todo.

Agregados monetários

São conjuntos de investimentos financeiros emitidos por instituições financeiras ou governamentais, ou ainda, representantes de cotas de fundos de investimento, agregados em categorias de liquidez decrescente e volumes cumulativos. De acordo com o Manual de Comunicação da Secom . No Brasil, desdobramos-se nos seguintes conceitos:

  • Base Monetária: soma do papel moeda em poder do público e das reservas bancárias, essas de titularidade dos bancos e depositadas no Banco Central;
  • M1: os haveres financeiros de crédito imediatos, correspondentes ao soma dos depósitos à vista e à moeda em poder do público (como as reservas são uma fração dos depósitos, o M1 é sempre maior que a base monetária);
  • M2: a soma do M1 com os depósitos de poupança e títulos emitidos por instituições financeiras, como letras financeiras, CDB e depósitos a prazo;
  • M3: a soma do M2, dos fundos de investimento de renda fixa, cambial e multimercados; e
  • M4: a soma do M3 e dos títulos públicos.

Quanto de liquidez circula na economia brasileira?

No Brasil, no final de julho, o M2 correspondia a R$ 5,4 trilhões (US$ 1,1 trilhão) — 1,7% mais do que no mês anterior. Quem coloca dinheiro novo em circulação é o Banco Central, pois a autarquia “imprime dinheiro” e empresta aos bancos. Por conta disso, a quantidade total de dinheiro no M2 tende a aumentar no longo prazo. E o mesmo acontece com os preços. Não havia esse mecanismo, não haveria inflação — nem crescimento econômico, mas essa é outra história.

O país com mais dinheiro em circulação é a China, seguido pelos EUA. O Brasil ocupa a 22ª posição, próximo tanto de alguns de seus pares na economia global (Rússia e México) como de nações com PIB bem menor, mas com alto padrão de vida (Suíça e Holanda).

Como surgiu o sistema financeiro que conhecemos hoje?

O sistema financeiro como conhecemos hoje é uma criação recente. Surgiu em 1971. Foi quando Richard Nixon aboliu o padrão-ouro. Até todos os países que possuíam reservas em dólar tinham o direito de trocar a moeda americana por ouro junto ao governo dos EUA. O Tesouro americano se compromete a estocar o metal em seus cofres, e dá-lo a governos estrangeiros em troca de dólares, a uma taxa de US$ 1,23 por grama (US$ 35 a onça).

A medida serviu para que a moeda americana tivesse passado; para dizer que aquilo não era só um pedaço de papel, mas algo que literalmente valia ouro. E acabou sendo negociado para moedas de muitos países — ao trocar outros dinheiros por dólares, a conversibilidade em ouro estava garantida.

Esse sistema foi implementado em 1944. Mas a ideia de que o dinheiro de papel deveria ter passado era tão antiga quanto o dinheiro de papel. As notas surgiram na Suécia do século 17, e a ideia foi copiada mundo afora — antes disso, carregava-se o lastro no bolso, na forma de moedas de ouro, prata ou bronze.

Mas o padrão-ouro não era perfeito. Cientes de que poucos cidadãos estavam à boca da caixa trocar suas notas, governos passaram a imprimir mais dinheiro do que a quantidade de metal nos cofres oficiais permitiam. Essa prática criou surtos de inflação. Para sair deles, os países aferraram-se novamente ao padrão-ouro, disciplinando a produção de dinheiro novo.

Em 1971, porém, Nixon entendeu que o último não era necessário para garantir tal disciplina. Encerrou a conversibilidade direta de dólar em metal, e matou de vez o padrão-ouro. Nascia ali o dinheiro moderno: algo cuja percepção de valor não vem da existência de um lastro em algum lugar, mas da confiança do usuário; ou seja, uma moeda 100% fiduciária, calculada na fé.

Mas desde então sempre houve usuários desconfiados. Se o governo imprimisse dinheiro sem limites, afinal, a moeda perderia todo o seu valor. E a economia deixaria de existir. Foi esse temor, na essência, que levou à criação do Bitcoin.

Mas uma grande contribuição das criptomoedas para o futuro do dinheiro não foi somente essa. Com a criação da rede Ethereum surgiram os “contratos inteligentes”, e a capacidade de verificar registros de propriedade automaticamente, na hora em que você compra algo ou faz um investimento usando um ativo digital.

O Drex vai permitir que vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes estejam à sua disposição. Esses serviços financeiros inteligentes serão liquidados pelos bancos dentro da Plataforma Drex do Banco Central do Brasil (BC), que é um ambiente em desenvolvimento utilizando a tecnologia de registro distribuído (em inglês Distributed Ledger Technology — DLT).

Estamos caminhando para um futuro onde investimentos, seguros, financiamentos e transações internacionais serão cada vez mais instantâneos, conectados e inteligentes. O que estamos testemunhando é uma verdadeira revolução no setor financeiro, onde a velocidade, a conectividade e a inteligência não são apenas ideais, mas realidades tangíveis que moldam o modo como interagimos com nossas finanças no dia a dia.

*Esse artigo foi publicado com referências do portal VoceSA .

MARLON KLEIN — Fundador e CEO da ContaRico, apaixonado por inovação e tecnologia. Participe da divulgação da moeda digital no desenvolvimento da economia brasileira e trabalhe em formas de promoção mais acesso ao crédito imobiliário por meio da tokenização.