Desdolarização em movimento: o que as nações BRICS estão planejando silenciosamente
Desdolarização em movimento: o que as nações BRICS estão planejando silenciosamente
Sáb 05 Abr 2025 ▪
Em um contexto geopolítico passando por uma reestruturação significativa, duas iniciativas notáveis estão abalando a hegemonia do dólar. O Brasil e a China estão fazendo uma mudança estratégica ao favorecer suas moedas nacionais para trocas bilaterais. Enquanto isso, a Rússia e o Irã anunciam o lançamento de uma nova moeda comum para contornar as sanções ocidentais.
Não há barreiras técnicas do lado brasileiro: Rosito afirma que “o Brasil apoia totalmente o uso de moedas locais” e “que não há obstáculos para isso do lado brasileiro” .
Um objetivo econômico claro: reduzir os custos de transação para os membros da aliança BRICS e fortalecer a autonomia financeira da aliança. “O objetivo é expandir o uso de moedas locais de todas as maneiras que ajudem a reduzir os custos” , especifica Rosito.
Apoio estrutural por meio do banco dos BRICS: o Novo Banco de Desenvolvimento permite que os países membros evitem recorrer ao dólar para financiar projetos, aumentando assim a eficácia dessa estratégia monetária alternativa.
Essa reaproximação sino-brasileira não é, portanto, meramente uma declaração de intenções. Ela significa uma mudança estratégica concreta em direção à regionalização dos fluxos financeiros, impulsionada por meios institucionais e forte alinhamento político.
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Rússia – Irã: uma nova moeda para contornar o dólar?
Em um tom mais especulativo, mas não menos simbólico, Rússia e Irã, outras duas potências alinhadas em uma oposição cada vez mais resistente à hegemonia ocidental, afirmam estar trabalhando na criação de uma nova moeda comum dentro do bloco BRICS.
Kazem Jalali, embaixador do Irã na Rússia, declarou que:
A criação de uma nova moeda única dentro da estrutura da associação BRICS é o que a Rússia e o Irã estão trabalhando para se libertarem da dependência do dólar.
Este anúncio ocorre no contexto de crescentes sanções econômicas contra ambos os países, que buscam alternativas para manter a estabilidade de suas economias.
No entanto, os detalhes em torno deste projeto permanecem muito vagos. O embaixador iraniano não forneceu nenhum cronograma, mecanismo preciso ou mesmo elementos concretos sobre o progresso desta iniciativa.
Nada indica se essa moeda está em fase de desenho ativo ou se é meramente uma intenção política declarada. A falta de transparência alimenta o ceticismo. Alguns observadores não descartam mais uma operação de comunicações do que um projeto viável no curto prazo. Tal ambiguidade contrasta com o progresso mais pragmático do casal sino-brasileiro.
Além do projeto em si, este anúncio reflete um desejo de repensar a ordem econômica global. Se uma moeda comum viesse a existir no nível dos BRICS, uma ideia repetidamente mencionada ao longo dos anos, ela poderia embaralhar as cartas dos equilíbrios financeiros globais, desde que os obstáculos políticos, tecnológicos e econômicos que cercam sua criação fossem superados. Por enquanto, essa perspectiva permanece incerta.
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Sáb 05 Abr 2025 ▪
Em um contexto geopolítico passando por uma reestruturação significativa, duas iniciativas notáveis estão abalando a hegemonia do dólar. O Brasil e a China estão fazendo uma mudança estratégica ao favorecer suas moedas nacionais para trocas bilaterais. Enquanto isso, a Rússia e o Irã anunciam o lançamento de uma nova moeda comum para contornar as sanções ocidentais.
Esses movimentos distintos, mas convergentes, ilustram um desejo compartilhado entre os membros influentes do BRICS: construir um sistema financeiro menos dependente do dólar e afirmar a soberania monetária diante de pressões externas.
Brasil – China: uma parceria oficialmente estabelecida para pagamentos em moedas locais
Brasil e China estão dando um novo passo em sua estratégia comum de desdolarização. Assim, suas relações comerciais já robustas estão agora tomando uma guinada monetária mais pronunciada, com uma intenção declarada de mudar gradualmente para pagamentos em moedas locais. Essa abordagem foi confirmada publicamente por representantes oficiais brasileiros.
Aqui estão os fatos essenciais:Um acordo oficial entre os dois países para o uso de moedas locais em trocas bilaterais: esta decisão visa reduzir a dependência do dólar americano em pagamentos transfronteiriços.
Transações já em andamento em moedas nacionais: Tatiana Rosito, secretária do Ministério da Fazenda do Brasil, declara que “o comércio em moedas locais já está em andamento, por exemplo, entre Brasil e China” .
O apoio político ao governo Lula: O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva está defendendo ativamente uma saída gradual do sistema dominado pelo dólar, especialmente à medida que a próxima cúpula do BRICS se aproxima.
Brasil – China: uma parceria oficialmente estabelecida para pagamentos em moedas locais
Brasil e China estão dando um novo passo em sua estratégia comum de desdolarização. Assim, suas relações comerciais já robustas estão agora tomando uma guinada monetária mais pronunciada, com uma intenção declarada de mudar gradualmente para pagamentos em moedas locais. Essa abordagem foi confirmada publicamente por representantes oficiais brasileiros.
Aqui estão os fatos essenciais:Um acordo oficial entre os dois países para o uso de moedas locais em trocas bilaterais: esta decisão visa reduzir a dependência do dólar americano em pagamentos transfronteiriços.
Transações já em andamento em moedas nacionais: Tatiana Rosito, secretária do Ministério da Fazenda do Brasil, declara que “o comércio em moedas locais já está em andamento, por exemplo, entre Brasil e China” .
O apoio político ao governo Lula: O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva está defendendo ativamente uma saída gradual do sistema dominado pelo dólar, especialmente à medida que a próxima cúpula do BRICS se aproxima.
Não há barreiras técnicas do lado brasileiro: Rosito afirma que “o Brasil apoia totalmente o uso de moedas locais” e “que não há obstáculos para isso do lado brasileiro” .
Um objetivo econômico claro: reduzir os custos de transação para os membros da aliança BRICS e fortalecer a autonomia financeira da aliança. “O objetivo é expandir o uso de moedas locais de todas as maneiras que ajudem a reduzir os custos” , especifica Rosito.
Apoio estrutural por meio do banco dos BRICS: o Novo Banco de Desenvolvimento permite que os países membros evitem recorrer ao dólar para financiar projetos, aumentando assim a eficácia dessa estratégia monetária alternativa.
Essa reaproximação sino-brasileira não é, portanto, meramente uma declaração de intenções. Ela significa uma mudança estratégica concreta em direção à regionalização dos fluxos financeiros, impulsionada por meios institucionais e forte alinhamento político.
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Rússia – Irã: uma nova moeda para contornar o dólar?
Em um tom mais especulativo, mas não menos simbólico, Rússia e Irã, outras duas potências alinhadas em uma oposição cada vez mais resistente à hegemonia ocidental, afirmam estar trabalhando na criação de uma nova moeda comum dentro do bloco BRICS.
Kazem Jalali, embaixador do Irã na Rússia, declarou que:
A criação de uma nova moeda única dentro da estrutura da associação BRICS é o que a Rússia e o Irã estão trabalhando para se libertarem da dependência do dólar.
Este anúncio ocorre no contexto de crescentes sanções econômicas contra ambos os países, que buscam alternativas para manter a estabilidade de suas economias.
No entanto, os detalhes em torno deste projeto permanecem muito vagos. O embaixador iraniano não forneceu nenhum cronograma, mecanismo preciso ou mesmo elementos concretos sobre o progresso desta iniciativa.
Nada indica se essa moeda está em fase de desenho ativo ou se é meramente uma intenção política declarada. A falta de transparência alimenta o ceticismo. Alguns observadores não descartam mais uma operação de comunicações do que um projeto viável no curto prazo. Tal ambiguidade contrasta com o progresso mais pragmático do casal sino-brasileiro.
Além do projeto em si, este anúncio reflete um desejo de repensar a ordem econômica global. Se uma moeda comum viesse a existir no nível dos BRICS, uma ideia repetidamente mencionada ao longo dos anos, ela poderia embaralhar as cartas dos equilíbrios financeiros globais, desde que os obstáculos políticos, tecnológicos e econômicos que cercam sua criação fossem superados. Por enquanto, essa perspectiva permanece incerta.
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